sexta-feira, 8 de maio de 2009

Brasileirões 2009

Vai começar um dos mais difíceis (senão o mais) campeonatos nacionais – o Campeonato Brasileiro de 2009. Em nossa análise o que dá singularidade ao torneiro é o fato de serem quatro grandes disputas dentro de uma única. Conquistar o título é o principal nesta competição, mas outras disputas como vaga para a Libertadores, Copa Sul-americana e manutenção na Série A dão um toque especial aos confrontos que assistiremos nos próximos sete meses. Acompanhada com entusiasmo semelhante, a Série B (a exemplo dos últimos anos) passou a ganhar visibilidade, sobretudo em função dos grandes clubes que a visitam. Em 2009, o Vasco da Gama será mais um daqueles que, por culpa principalmente de administrações amadoras e desastrosas, buscaram sua reabilitação para voltar a elite do futebol no Brasil.
Por falar em Vasco da Gama, o time da Colina, junto com Flamengo e Fluminense avançou para as quartas-de-final na Copa do Brasil. Dos três, que mais ficou devendo foi o tricolor que, diante da sua torcida, não saiu de um empate de 1 a 1 com o Goiás. Já o cruzmaltino venceu o Icasa por 4 a 1 (em Juazeiro) enquanto o rubro-negro despachou o Fortaleza (3 a 1) , ambos no Ceará. Apesar de ser um dos caminhos mais curtos à Libertadores, esta Copa não chegar a mexer com os torcedores como o Brasileirão, isto porque quem perde não chega a ser rebaixado e o vencedor não garante vaga na competição no ano seguinte.
Evidentemente, não há como negar que a Copa do Brasil oferece, além da vaga na Libertadores, um reforço nos cofres dos clubes que dela participam. Mas, entre sua conquista e um descenso para a Série B do Campeonato Brasileiro, qual dos dois objetivos é o mais importante? A torcida perdoaria um dos grandes do futebol nacional ganhar o primeiro e ser rebaixado no segundo? Podemos recordar o Fluminense em 2009 que quase conquistou o título mais importante das Américas e patinou no Brasileirão, correndo riscos de queda até as últimas partidas. Já que falamos no time das Laranjeiras, cremos que é ele quem enfrenta o desafio mais complicado da primeira rodada, enfrentando o São Paulo. O tricolor paulista foi beneficiado ao se classificar antecipadamente (Libertadores), pela desistência do Chivas, clube mexicano – o México é o país mais afetado pela gripe suína – e deve jogar completo contra o Flu.Já Flamengo, Botafogo e Vasco têm confrontos teoricamente menos complicados. O rubro-negro enfrenta o Cruzeiro, que deve vir com um time misto em função do foco que mantém na Libertadores. O Bota vai a Santo André enfrentar o time da casa, que faz sua estréia na Série A. Apesar dos desfalques, o alvinegro carioca deve usar a força de seu conjunto e a experiência de jogadores como Victor Simões e passar pelo adversário. Na Série B, o time de São Januário recebe o Brasilense. Como o principal desafio do Vasco é voltar à elite do futebol nacional, começar com vitória e acumular pontos é fundamental. Afinal, o clube pode precisar poupar jogadores caso continue avançado na Copa do Brasil. No mais, caberá as torcidas apoiarem seus times e produzirem espetáculos semelhantes aos que vimos nas finais dos estaduais. Boa torcida e até a próxima.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Rodada perigosa para cariocas na Copa do Brasil

Por Marcelo Ramos
Hoje e amanhã, os cariocas terão uma rodada perigosa pela Copa do Brasil. O Flamengo vai jogar com o Fortaleza na casa do adversário e precisa de um empate com gols para se classificar ou uma vitória simples. Porém, o time nordestino vem com sua força máxima diante da sua torcida e com certeza, caso perca, vai vender caro esta derrota, precisando então o time rubro-negro abrir os olhos para não sair mais cedo da competição. Ambos estão cansados pelas partidas da final em seus respectivos campeonatos estaduais, mas motivados pela conquista dos mesmos. Será um jogo de tricampeões e o vermelho e preto não contará com seu ex-capitão Fabio Luciano que apesar dos apelos da torcida e do time, não abriu mão de sua aposentadoria. O Vasco vai ao Ceará jogar contra o Icasa e, depois do que vimos diante do mesmo time aqui em São Januário, o time cruzmaltino não pode vacilar e jogará com alguns desfalques, sendo Carlos Alberto o que mais está fazendo falta no setor de criação do meio campo, pois faltou criatividade no primeiro jogo. O Vasco com certeza vai encarar uma pedreira, porque a equipe cearense está animada pelo empate no Rio de Janeiro e joga diante de sua torcida. Por ser o caminho mais curto para a Libertadores, a Copa do Brasil faz com que times considerados “pequenos” tentem ao máximo chegar a esta competição. O Fluminense, único time a jogar em casa, vai enfrentar o Goiás no Maracanã, e tem a vantagem de jogar por dois empates, 0 x 0 e 1 x 1. O time tem boas chances de passar pelo adversário, porém não vem tendo um bom momento. O Goiás é um time perigoso e estará jogando sua sorte no torneio, apesar de contar com dois desfalques para esta partida. A ausência mais importante é a do ala direito Vitor, pois o time goiano não possui substituto para esta posição e terá que improvisar um meia para a lateral. Fechando o quarteto carioca que avançou as oitavas de final, o Americano de Campos perdeu ontem para a Ponte Preta pelo placar de 2 x 1 e deu adeus à competição, mostrando que é difícil jogar no campo do adversário e conquistar a vaga para a próxima fase. Então, vamos torcer para que rubro-negros, vascaínos e tricolores abram os olhos e conquistem suas vagas jogando com técnica, vontade e orgulho por estarem usando as camisas consagradas dos grandes times cariocas.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Um ingresso, três espetáculos

Se estivéssemos falando de teatro, certamente diríamos que a peça se desenvolveu em três atos. Mas, como o mundo do futebol tem as suas peculiaridades, podemos afirmar que os quase 80 mil pagantes que foram ao Maracanã neste último domingo para assistir à final do Campeonato Carioca de 2009, entre Flamengo e Botafogo, adquiriram um ingresso e assistiram a três espetáculos. O inicial foi no primeiro tempo e teve como protagonista o vermelho e preto. Ainda que os números apontassem certo equilíbrio entre as duas equipes, o time da Gávea foi menos cauteloso na escalação do que seu adversário: o Fla manteve o esquema 3-5-2 enquanto o alvinegro adotou um 3-6-1, onde sobravam defensores e faltava criatividade. Os gols marcados por Kleberson (aos 20, de cabeça; aos 38, em cobrança de falta) deram uma vantagem ao rubro-negro e apontaram uma ligeira superioridade sobre o time do técnico Ney Franco.
O segundo espetáculo foi comandando pelo Botafogo que, mesmo desperdiçando um pênalti (Bruno defendeu a cobrança de Victor Simões, ainda no primeiro minutos da etapa final), se lançou ao ataque. A entrada de Jean Carioca no lugar de Emerson deu mais força ofensiva ao alvinegro, que passou a jogar num 4-4-2. Aos 16 minutos, Juninho, em belíssima cobrança de falta, descontou; e Túlio Souza, aos 18, igualou o marcador. O empate deu início ao terceiro espetáculo. Os últimos 30 minutos da partida foram os mais eletrizantes de todo o torneio. Os dois times, apoiados por suas respectivas torcidas, se entregaram ao ataque, as chances se sucederam (como também os sustos). Ainda que houvesse superioridade numérica por parte da rubro-negra, a alvinegra pulou, gritou e incentivou seu time até o apito final, lembrando finais memoráveis que o maior estádio do mundo já recebeu. Empate em 2 a 2 e a decisão foi para as cobranças de penalidades máximas. Em uma tarde-noite inspiradíssima, Bruno defendeu duas cobranças e ajudou o Flamengo a conquistar o 31º título carioca (Fla 4 x Bota 2), estabelecendo uma hegemonia em termos de campeonatos estaduais. Parabéns, Flamengo!

Emoção e garra de campeão

Por Marcelo Ramos
Finalmente saiu o campeão carioca de 2009. O Flamengo conseguiu alcançar duas marcas importantes após esta vitória. Sagrou-se tricampeão pela quinta vez em sua história e conquistou o seu 31º Campeonato estadual, superando o rival Fluminense.
O jogo foi cercado de todos os ingredientes de uma boa partida, com emoção, garra, força, decepções e conquista. No início, o Flamengo foi pressionado pela forte marcação do Botafogo, que iniciou a partida com um esquema diferente, o 3-6-1, pois havia perdido Maicosuel e Reinaldo na primeira partida. O alvinegro mantinha quase que uma marcação individual na saída de bola do adversário, fazendo com que este errasse muitos passes, demonstrando certo nervosismo inicial. Tanto que após 17 minutos de jogo, o time de General Severiano já havia finalizado quatro vezes ao gol. Mas aí foi que começou a surgir a estrela do time campeão, aos 20 minutos o rubro-negro teve uma bola alçada na área e Kleberson com uma bela cabeçada desviou para o gol (Ronaldo Angelim ainda tentou colocar o pé, mas o árbitro deu o gol para Kleberson), após uma falha do goleiro Renan que saiu no vazio. Com a ausência de dois de seus principais jogadores, com uma torcida infinitamente inferior e com um a zero no marcador, o time de General Severiano se lançou a frente e o Flamengo passou a dominar a partida, apesar de o alvinegro ter tido algumas boas chances de gol, com Victor Simões e Túlio Souza, este em cobrança de falta, aos 30 minutos, colocou uma bola no travessão do goleiro Bruno. Mas, aos 38 minutos do primeiro tempo, Kleberson, um dos nomes do jogo, bateu uma falta da entrada da área, a bola ainda desviou em Alessandro e enganou o goleiro Renan que apesar de tentar não conseguiu evitar o segundo gol do time da Gávea, que a esta altura deixava sua grande torcida com a esperança do tricampeonato no tempo normal.
O segundo tempo começou da mesma maneira que o primeiro, com uma forte marcação do Botafogo, porém com uma alteração no alvinegro, a entrada de Jean Carioca no lugar de Emerson e mudança no esquema tático, passando a jogar no 4-4-2. E logo no primeiro minuto da segunda etapa, pênalti para o Fogão, a bola bateu no braço de Juan dentro da área e o árbitro Péricles Bassols não teve dúvida e marcou a infração. Victor Simões bateu e Bruno com ótima elasticidade pegou. Porém, o Botafogo parece que ganhou em força e partiu com tudo pra cima do adversário, tanto que o Flamengo teve duas oportunidades para ampliar o marcador, com Renan e Juninho salvando respectivamente o alvinegro. Mas veio a compensação por tanta luta, aos 16 minutos da etapa final, Juninho, novamente em cobrança de falta, acertou um belo chute, sem defesa para Bruno. E em uma bobeada da defesa do rubro negro, Túlio Souza se aproveitou e empatou a partida, calando temporariamente a massa vermelha e preta no Maracanã. O jogo mais uma vez voltou a ganhar em emoção e garra dos dois times, porém foi o Flamengo quem voltou a dominar a partida. O vermelho e preto ainda teve mais algumas chances de ampliar o marcador, mesmo perdendo Fabio Luciano, expulso inacreditavelmente por colocar a mão na bola em um ataque rubro-negro. Final de jogo, mais um empate entre os times e o Campeonato iria ser decidido nas cobranças de pênalti, onde uns dizem que é loteria e outros falam em competência. E como o dia era do Flamengo, Bruno defendeu as cobranças de Juninho e Leandro Guerreiro, enquanto os jogadores do rubro negros converteram todos os seus pênaltis. Parabéns ao Clube de Regatas do Flamengo!

O cracaço do jogo: Bruno e Kleberson (Flamengo) A pururuca: Victor Simões (Botafogo) e Obina (Flamengo).