sexta-feira, 19 de junho de 2009

Transformando idéias em ação

Notícia elaborada por Pedro Ferreira

Realizado entre os dias dois e quatro de junho, o Comunicação em Foco é um evento organizado pelos alunos do terceiro período de Publicidade e Propaganda (PP), da Universidade Salgado de Oliveira, em Niterói, sob a orientação da professora Francilene Mattos. O tema desse ano foi “Transformando idéias em ação” e contou com a presença de mais de 500 pessoas na Sala Universo. Se por um lado alguns a organização do evento melhorou, para outros ela deixou a desejar. Na opinião de Márcio Kleber (quinto período de PP), tudo estava muito interessante: “Os alunos que organizaram o Comunicação em Foco estão se superando cada vez mais” elogia. Mas, para Guilherme Souza (estudante do quarto de Jornalismo) a avaliação é outra: “Precisei fazer uma pesquisa para entrevistar os convidados do dia, consultei os organizadores do evento e eles não sabiam me dar qualquer informação” reclama. O Gestor do Curso de Comunicação, Waldvogel Gregório, gostou muito do que viu. Ressaltou a importância da participação dos alunos como forma de adquirir mais conhecimento. Quanto ao evento em si, quem o abriu foi a assessora de imprensa, Cláudia Carvalho, que deu várias dicas do mercado de trabalho em assessoria. O economista Marcos Prado fechou o primeiro dia falando sobre “A era da destruição criativa, conhecimento e profissão no sec. XXI”. No segundo dia, a professora da casa, Rosane Pereira, lançou seu livro ”Discurso em Publicidade”, palestrando também sobre a “Linguagem do publicitário brasileiro”. Rodrigo Clemente encerrou as atividades de forma bastante inusitada, saiu da mesa, foi bem perto dos alunos. Fez brincadeiras e descontraiu o ambiente, falando sobre a “Criatividade e inovação no mercado jovem”. Já o fotógrafo Luiz Alvarenga iniciou o ultimo dia exibindo o documentário “Baixando a máquina”, que discute limites éticos e os ricos na profissão. Fechando o encontro, Wagner Montes, muito bem humorado, respondeu a diversas perguntas sobre sua vida e contou curiosidades dos seus mais de 30 anos na televisão. Para surpresa de muitos lá presentes, o apresentador revelou não ser jornalista (como a organização do evento divulgou), mas sim bacharel em Direito. Atendendo ao pedido feito pelos alunos, o comunicador encerrou o Seminário com seu famoso bordão “Escraaaaaaaaaaaacha”, arrancando gargalhadas e sendo aplaudido de pé.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A estupidez humana

Gostaria de me manifestar sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto ao fim da obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão de jornalismo. Em pleno século XXI, creio que não caiba mais falar em essencialismo, como preferem alguns, ao anunciar o “espírito jornalístico”, dando conta de que ou você nasce sendo um jornalista ou deve buscar outra coisa para fazer. Poderia talvez enveredar pela justificativa de que existem jornalistas (sem diploma) que exercem de maneira formidável a profissão. A explicação para esse segundo ponto acabaria repousando também no “espírito”. Mas será que basta ser um homem das letras (escrever razoavelmente bem) para ser um bom jornalista? Ou estar no “mercado” já é uma justificativa em si mesma?
De todos os argumentos toscos que tive a oportunidade de ler, um, em especial, me chamou particularmente a atenção. Escrevendo em seu blog, uma estudante de jornalismo (que já se qualifica como profissional) defende abertamente o fim da obrigatoriedade do diploma para jornalismo, principalmente porque agora “não precisarei me identificar como estagiária, mas sim como jornalista”, uma vez que “depois que passei da metade da graduação já não dava muita importância ao curso porque o mercado já me ensinava”. Por essa jovem aberração gostaria de dar meus parabéns ao STF. Explico. Já soube de algum médico que, na metade da graduação de medicina, mandou o estudante ir até o paciente e operá-lo? Ou um engenheiro fazer o mesmo como um estudante de engenharia? Ah, mas deve ter acontecido com um advogado que, vendo seu aluno hiperpreparado, mandou-o a uma audiência defender uma causa? Provavelmente isso não aconteceu. E por quê? Porque entende-se que o ensino superior qualifica o profissional técnica e humanisticamente. Isso significa dizer, trocando em miúdos, que o exercício da profissão deve requerer habilidades e competências que compreendem a técnica, mas estão para além dela.
A despeito de desunião classista (e ela existe), existe contemporaneamente um movimento do mercado que tenta absorver tudo pagando cada vez menos. Existem também empresas que mantêm em seus quadros jornalistas “enquadrados” com estagiários – maneira interessante de fugir do piso que o sindicato propõe (R$ 3.921,00 para cinco horas de trabalho e R$ 6.273,00 para sete). Como será remunerado o profissional que cursou quatro anos de formação superior, mas que não necessita mais do diploma para ser contratado? Ah, provavelmente a empresa pagará até mais que o piso!? Outro problema que vislumbro é o “aumento” da massa crítica daqueles que serão sem nunca terem sido. Lembro-me que, nos idos da última década, lendo a revista de maior circulação nacional, diante de um conturbado momento político-econômico que o país vivia o repórter sentenciou: “Todo esse problema se dá em função da estupidez humana”. Pronto, não havia reflexão sociológica, antropológica, filosófica, econômica, social que consubstanciasse as declarações daquele “arguto” profissional. Ou seja, minha proposta é que busquemos compreender os fenômenos em suas múltiplas facetas, mesmo em casos como o dessa decisão do STF, para que um movimento reacionário como esse não caia no esquecimento. Mas, podemos também sintetizar é dizer: mais uma vez estamos diante de um caso de estupidez humana.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

De dignidade à criminalidade

Quando assumiu a Presidência da República, o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva falou à nação que sua principal meta era acabar com a fome, dando um mínimo de dignidade aos brasileiros. Para o presidente, fazer três refeições deveria ser um direito de toda população e ele lutaria por isso. Pois bem, passamos quatro anos de seu primeiro governo, estamos no terceiro ano de sua reeleição e ainda existem pessoas neste país que lutam para comer. Por ingerência ou não do nosso principal mandatário, algumas instituições religiosas e Ong’s desenvolvem um trabalho bastante interessante que vai ao encontro dos ideais de Lula, oferecendo alimento às pessoas que vivem na “M” (margem da sociedade). Tivemos a oportunidade de acompanhar de perto a alegria de seres humanos que viam no famoso “Sopão” a chance de fazer ao menos uma refeição. Mas, vivemos num estado (RJ) onde tudo conspira para a criminalidade. Tenho ouvido e lido informações de que “moradores de região carente protegem narcotraficantes”, “os pedófilos estão associados aos narcotraficantes”, ou ainda “que a pirataria de produtos fomenta o narcotráfico”. Se já achávamos esses argumentos um pouco exagerados, o que dizer da nova pérola produzida pelo secretário municipal de Ordem Pública, Rodrigo Bethlem. Para ele, as pessoas que distribuem comida a moradores de rua acabam contribuindo para a permanência das pessoas nas ruas, “porque muitos se recusam a seguir para os abrigos porque não querem perder o sopão”. Confesso que já não via com bons olhos a expressão “choque de ordem”, para mim um eufemismo para a idéia de aumento da repressão contra os menos favorecidos. Pobre, pedófilo, pirataria e proteção (que não é dada pelo Estado) viraram contributos para a rubrica da criminalidade do século XXI: narcotraficante. É bom que estejamos de olhos bem abertos, pois essa investida contra o trabalho social acaba revelando um forte cunho fascista, afinal dar comida (para a gestão pública da cidade do Rio) deixa de ser reconhecimento de dignidade para se converter em incentivo à criminalidade.

Gols relâmpagos, sufoco e vitória brasileira

Notícia elaborada por Fabrício Santos

Em sua estréia na Copa das Confederações, a Seleção Brasileira venceu a do Egito por 4 a 3, em jogo realizado na cidade de Bloemfontein. A partida foi marcada pela forma meteórica como cinco dos sete gols foram marcados, a mudança de comportamento da equipe africana no segundo tempo e um pênalti favorável ao Brasil bastante polêmico. Logo aos 5 minutos, Kaká abriu o placar do jogo com um belo gol onde usou sua habilidade para se aproveitar da falha da zaga adversária. Três minutos depois, em ótima jogada do ataque egípcio, Aboutrika fez belo cruzamento para a conclusão de seu parceiro de ataque Zidan que concluiu com perfeição a jogada, empatando a partida. Como dizem que “chumbo trocado não dói”, o Brasil resolveu devolver a rapidez com que o Egito fez o gol, desempatando o jogo, aos 11 minutos, com Luis Fabiano aproveitando cobrança de falta batida por Daniel Alves. Pronto, tínhamos um começo eletrizante com três gols em menos de 15 minutos. Para sacramentar o primeiro tempo, aos 36 minutos, Elano bateu escanteio para cabeçada perfeita de Juan. Parecia que teríamos uma goleada a favor logo na estréia, mas, para quem achou que a equipe egípcia viria pro segundo tempo com onze múmias que assistiriam o Brasil dominar o jogo, eis que surge um (na verdade foram dois) balde d’água fria. O Egito voltou melhor e, logo aos oito minutos, Shawky diminuiu e, aos nove, empatou o jogo com mais um gol de Zidan, deixando um jogo que parecia fácil bastante emocionante. A vitória brasileira só veio em um pênalti cobrado por Kaká marcado aos 45 minutos, após o zagueiro El Mohamadi colocar a mão na bola. A controvérsia em relação ao pênalti se deu quando, em primeira ação, o arbitro marcou escanteio, causando revolta nos brasileiros. Alguns minutos após, o arbitro mudou de idéia, expulsou o zagueiro do Egito e marcou a penalidade. Perguntado pelo comentarista de arbitragem Arnaldo César Coelho, o juiz Howard Webb disse que sua consciência o informou que ele havia errado em sua decisão e por isso resolveu marcar o pênalti.

Um espetáculo em dois atos

Por Marcelo Ramos

O futebol é sempre um espetáculo, e não foi diferente ontem no Maracanã, onde Fluminense e Grêmio participaram de dois atos, cada um foi protagonista de um destes momentos. No primeiro tempo, a estrela foi o time gaúcho, que começou imprimindo uma forte marcação, característica dos clubes do sul do país, e teve ótimas chances de abrir o marcador, porém a trave e a sorte do tricolor carioca nas conclusões de Alex Mineiro fizeram com que o placar permanecesse em branco. Pelo lado do time carioca, houve uma reclamação de pênalti em Conca, mas as jogadas de ataque não estavam surtindo efeito, pois a marcação gaúcha não permitia uma evolução nas jogadas e posteriormente nas conclusões a gol. Na etapa final, o astro foi o Fluminense, que conseguiu imprimir um maior ritmo de jogo, sufocando o Grêmio em seu campo defensivo, aproximando mais os armadores dos atacantes e aproveitando os avanços dos laterais. A equipe gaúcha aproveitava os espaços deixados principalmente pela lateral esquerda do Fluzão e conseguiu algumas boas jogadas de contra-ataques e em especial numa que Souza perdeu uma boa chance de conclusão. No tricolor carioca, Thiago Neves teve uma ótima oportunidade de concluir, porém chutou mal e a bola ficou fácil para a defesa de Marcelo Grohe. O jogo ganhou em emoção nos minutos finais, porque ficou aberto e tanto o tricolor gaúcho quanto o carioca poderiam chegar ao primeiro gol, mas quis o destino, diferentemente de um filme épico, que a partida ficasse no empate, onde “mocinhos” e “bandidos” saíssem do campo de batalha aguardando a oportunidade de vencer o seu adversário em um próximo duelo.

domingo, 14 de junho de 2009

A tarde foi dos Brunos

Poderia ser mais um Coritiba e Flamengo. Poderia ser a luta de um para fugir da zona de rebaixamento e do outro para se aproximar dos líderes da competição. Mas o que se viu essa tarde na capital paranaense foi um baile dado pelo Coxa, ratificando que partida de futebol é espetáculo. Em momento algum da partida o rubro-negro lembrou o time que conquistou a tri-campeonato carioca ou que disputou de igual para igual com o Inter a vaga na semifinal da Copa do Brasil. Apáticos, os cariocas foram envolvidos o tempo todo pelo bom esquema armado por Renê Simões (que tem feito falta ao Fluminense). É bem verdade que os 5 a 0 impostos pelo time da casa também não reflete o que foi a partida, já que em poucas oportunidades vimos quase todos os chutes dados se converterem em gols (a derrota para o Sport, imaginávamos, já era uma exceção). O que se viu no Couto Pereira na tarde desse domingo foi como que “agressão a bêbado”, uma vez que o mandante fez muito bem seu papel. Pelo lado do Coritiba, destaque para os atacantes Ariel (injustamente expulso, após ser agredido por um destemperado Airton, que pisou no adversário) e Bruno Batata. Na primeira etapa, foi o camisa nove curitibano quem levou à loucura a defesa carioca que, dessa vez, não pode contar com a presença de Bruno, que errou tudo que podia numa partida (foi a pior participação do goleiro desde sua chegada à Gávea) e que teve em Welinton um dos pontos mais vulneráveis (ele, inclusive, marcou um incrível gol contra). Vencendo por 2 a 0, o Coritiba voltou com uma formação bem semelhante à da primeira etapa (Bruno Batata entrou no lugar de Marcos Aurélio). Bruno (o do Coxa) foi um constante tormento para a defesa rubro-negra: fez dois gols (aumentando para 4 a 0) e deu passe para o quinto. Enquanto isso, pelos lados do Flamengo parecia restar ao xará do atacante paranaense torcer para o jogo acabar. Fim de jogo, goleada implacável do Coxa (é a segunda goleada seguida que o Fla toma) e crise instalada. O próximo adversário (Internacional/RJ) pode jogar uma pá de cal nos planos da atual comissão técnica e determinar a saída de Cuca.