segunda-feira, 27 de abril de 2009

Onde estão as táticas surpresas?

Por Marcelo Ramos

O primeiro jogo da decisão do Campeonato Carioca terminou empatado e os técnicos de Flamengo e Botafogo deveriam montar seus times de forma a termos alguma surpresa para o jogo derradeiro, no próximo domingo, dia 03 de maio. Por que isso? Porque tanto um quanto outro vem executando o mesmo esquema desde o princípio do torneio, exceto quando perdem jogadores importantes dentro deste trabalho. Mas, com o retorno destes atletas, o esquema volta a ser o mesmo. Isto não surpreende o adversário e faz com que a análise na forma de jogar do oponente seja facilitada.
No jogo do último final de semana, tanto o rubro-negro quanto o alvinegro adotaram esquemas táticos parecidos, o 3-5-2. Porém, o Botafogo fazia uma variação durante o jogo, quando o Maicosuel se aproximava dos homens de frente, Reinaldo e Victor Simões, criando assim um 3-4-3. O Flamengo manteve seu esquema até o fim do jogo, até a entrada de Erick Flores, mas somente empatou porque o time de General Severiano recuou e deu chances para que isso acontecesse. Nunca podemos esquecer o velho ditado: A melhor defesa é o ataque!
Na parte física, o time da Gávea foi incisivo durante os dez primeiros minutos, mas depois caiu de produção e deixou espaços para que o Botafogo aumentasse o seu volume de jogo e impusesse um ritmo mais agressivo, levando a entender que a equipe estava muito bem fisicamente – até mesmo pelo fato de terem tido uma semana para trabalhar. No Flamengo, Ibson e Léo Moura erravam muitos passes, tendo este último a infelicidade de perder um gol incrível, que poderia ter selado a sorte do time no jogo. No alvinegro, os melhores em campo eram Maicosuel e Leandro Guerreiro, que jogavam com garra e técnica, e tendo como bons coadjuvantes, Eduardo (boa surpresa!) e Reinaldo, este, porém, muitas vezes tinha que se sacrificar e voltar para ajudar na marcação e por isso prejudicando um pouco os contra-ataques do Fogão.
Parte da queda de rendimento do Botafogo no segundo tempo deu-se após a saída, por contusão, de Maicosuel e Reinaldo, e as entradas de Jean Carioca e Renato. Jean Carioca fez apenas uma boa jogada, onde poderia ter rolado a bola para companheiros em melhores condições de conclusão, mas decidiu arrematar para o gol, perdendo ótima oportunidade. Depois disso sumiu do jogo. Renato, que aparentava estar um pouco acima do peso e sem ritmo de jogo, foi facilmente anulado pela zaga rubro-negra. O jovem lateral Gabriel, que ocupou a vaga de Eduardo, não deu um maior rendimento a equipe, cumprindo apenas a missão de conter o avanço do lateral adversário.
No Flamengo, as entradas de Josiel e Everton Silva não surtiram o efeito que o técnico Cuca desejava, pois os dois não participaram de nenhuma jogada que pudesse resultar em gol. Erick Flores, que substituiu Wellinton, ainda tentou algumas jogadas pelas pontas e fez com que o Flamengo mudasse o seu esquema, pois tiraram um terceiro zagueiro e colocaram um homem de frente. Contudo, o time reagiu mais pela garra e incentivo da torcida do que pela tática e influência do treinador.
Assim, esperamos que, no segundo jogo da decisão, apareçam verdadeiras surpresas e produzam um jogo que ganhe em emoção e técnica. Aguardemos pra ver.
Após as partidas, nós vamos estar elegendo o cracaço e a pururuca da partida. Cracaço: Maicosuel (Botafogo) / Pururuca: Victor Simões (Botafogo) e Léo Moura (Flamengo).

Entre equilíbrios e desequilíbrios

Com o sexto empate em oito jogos, Botafogo e Flamengo fizeram uma partida muito disputada, evidenciando o equilíbrio dos últimos encontros entre os dois clubes. O primeiro confronto pelas finais do Campeonato Carioca de 2009 foi marcado por propostas táticas muito semelhantes (ambos jogam num 3-5-2), ainda que durante os noventa minutos sofram pequenas variações da necessidade maior de atacar ou defender. Mas, o que realmente chama a atenção é o respeito, por vezes excessivo, entre os dois.
Um desses momentos de mudança de esquema foi incentivado pelo primeiro gol do Flamengo (Juan, de pênalti, aos 21 minutos do primeiro tempo). Com o placar adverso, o Botafogo passou a jogar num 3-4-3 e foi assim que chegou aos gols de empate e da vitória parcial no primeiro tempo. Em falta sofrida pelo artilheiro do campeonato, Juninho chutou forte e aos 37 empatou o clássico. Aos 43, Reinado virou para o Bota. No segundo tempo, mesmo com a entrada de Josiel, o rubro-negro continuou errando muito, o que não deixou o jogo menos eletrizante. Como só restava ao Fla buscar a igualdade no marcador, o time aumentou a pressão, deixando amplos espaços para o contra-ataque alvinegro. Mas, só após as saídas de Maicosuel e Reinado é que o panorama mudou e o domínio do vermelho e preto aumentou. A seis minutos do fim, em jogada individual, Willians igualou o placar em 2 a 2.
Outro ponto de equilíbrio é que rubro-negros e alvinegros fazem a terceira final consecutiva, com inversão de técnicos (Cuca dirigiu o Botafogo em 2007 e 2008; enquanto Ney Franco, o Flamengo em 2007) e o respeito mútuo: “O Ney tem feito um grande trabalho à frente do Botafogo e merece todo o nosso respeito”, destaca o técnico da Gávea; “O Cuca é muito competente e, além de ter trazido o Flamengo até essa decisão, fez um ótimo trabalho quando passou pelo Botafogo”, aponta o de General Severiano.
Em termos de desequilíbrio, o Botafogo saiu na frente. O primeiro ponto destoante foi a comemoração excessiva de parte da comissão técnica alvinegra, ao perceber a passagem do vice-presidente de futebol do Flamengo, Kleber Leite, à sua frente. O dirigente se encaminhava para o vestiário rubro-negro quando Reinaldo desempatou a partida em favor do Bota: “Deus seja louvado!”, berrou um dos assistentes do técnico Ney Franco. O que nos chamou a atenção foi o fato de estarmos no acesso às cabines de rádio e de TV, onde este tipo de manifestação não é esperado.Mas quem desequilibrou realmente na tarde deste domingo foi a torcida rubro-negra. Cantou, bateu as mãos, pulou, incentivou o time mesmo com placar adverso. Dos quase 60 mil pagantes, a nação tomou conta de 70 por cento do Maracanã – a torcida da estrela solitária parece não acreditar na possibilidade de o Botafogo chegar ao título. Num clássico marcado por tanto equilíbrio, a paixão que move essa legião de admiradores do “mais querido do Brasil” pode ser o diferencial na busca pelo título do Carioca de 2009.

Por enquanto tudo igual

O primeiro jogo da final do Campeonato Carioca de futebol, entre Flamengo e Botafogo, terminou empatado, com os dois times desperdiçando a possibilidade de abrir vantagem para a segunda partida. Com a presença maciça da torcida vermelha e preta, o time rubro-negro começou bem o jogo, aplicando uma verdadeira “blitz” e forçando o alvinegro a se defender durante os primeiros dez minutos. Mas, o time de General Severiano equilibrou a partida e passou a dominar a maioria das jogadas no setor de meio campo. Não fosse o pênalti marcado aos 20 minutos, a favor do time da Gávea (convertido por Juan), pelo árbitro Rodrigo Nunes de Sá, provavelmente a primeira etapa permaneceria empatada.
O Botafogo não se intimidou e continuou a pressionar o adversário, que apesar do gol e da vantagem inicial, se desarrumou e passou a jogar de forma atabalhoada, sem respeitar o esquema tático e os gritos do técnico Cuca. Com boa atuação dos seus homens de frente, não demorou para que o alvinegro empatasse, com gol de Juninho de falta e virasse a partida com um gol do atacante Reinaldo, aos 37 e aos 43 respectivamente.No segundo tempo, o rubro-negro voltou com uma modificação (Josiel no lugar Zé Roberto, que teve atuação apagada). Mas, foi o Botafogo quem continuou administrando bem o jogo e mantendo um volume maior durante a segunda etapa. Não fosse as saídas de Maicosuel e Reinaldo (ambas por contusão), na metade do segundo tempo, o resultado poderia ter sido outro. Os desfalques do alvinegro fizeram com que o Flamengo crescesse novamente e o jogo ganhasse em emoção e dramaticidade. O time passou a manter o jogo quase com que em sua totalidade na intermediária adversária, e aos 39 minutos do segundo tempo, Willians, em jogada de muita raça, invadiu a área e chutou, a bola ainda bateu no zagueiro Emerson e enganou Renan. A torcida vermelha e preta foi ao delírio e voltou a incentivar o time. O juiz ainda deu mais três minutos de acréscimo, o que não foi o suficiente para mais um gol de um dos lados. Final de jogo, empate em 2 X 2, e a incerteza de quem será o campeão carioca de 2009.
Escalações:
Botafogo: Renan, Leandro Guerreiro, Juninho e Emerson; Alessandro, Fahel, Léo Silva, Maicosuel (Renato) e Eduardo (Gabriel); Reinaldo (Jean Carioca) e Victor Simões.
Técnico: Ney Franco.
Flamengo: Bruno, Welinton (Erick Flores), Fábio Luciano e Ronaldo Angelim; Léo Moura (Everton Silva), Willians, Kleberson, Ibson e Juan; Zé Roberto (Josiel) e Emerson.
Técnico: Cuca.